Separe parte do décimo terceiro exclusivamente para poupança
O décimo terceiro salário representa uma excelente oportunidade para fortalecer sua saúde financeira. Ao destinar uma fração desse valor extra à poupança, você constrói um hábito saudável e cria uma reserva capaz de amparar imprevistos.
Entenda o funcionamento do décimo terceiro salário
O décimo terceiro salário é um direito garantido pela Constituição desde 1962. Trabalhando o ano todo em uma mesma empresa, você recebe o equivalente a um salário integral, pago em duas parcelas.
A primeira parcela, equivalente a 50% do seu salário, deve ser paga entre fevereiro e novembro, sendo o prazo limite 30 de novembro. A segunda parcela, correspondente ao valor restante, é quitada até 20 de dezembro.
Para quem tem salário variável, faz-se a média dos rendimentos de janeiro a novembro, com ajustes finais no início do ano seguinte. Esse mecanismo assegura que todos os trabalhadores formais usufruam desse benefício.
Por que separar parte do décimo terceiro para poupança
Ao reservar um percentual do décimo terceiro, você aproveita oportunidade única para fortalecer a educação financeira. Essa prática evita gastos impulsivos típicos de final de ano e direciona recursos para objetivos futuros.
Reservas financeiras são essenciais para lidar com imprevistos. Ter um colchão financeiro reduz o estresse em épocas de maior despesa, como compra de material escolar, IPTU e IPVA, ou mesmo em situações emergenciais de saúde.
Vantagens da caderneta de poupança
A caderneta de poupança continua sendo a aplicação favorita dos brasileiros. Isso se deve à sua simplicidade, segurança e liquidez imediata, sem penalidades para resgates.
O rendimento é composto por uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano) quando a Selic supera 8,5% ao ano. Em cenários de Selic baixa, o rendimento é de 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR).
Uma das principais vantagens é que a poupança é isenta de Imposto de Renda e IOF para pessoas físicas. Entretanto, se seus rendimentos ultrapassarem R$ 33.888,00 no ano, é preciso declarar os rendimentos.
Como separar e aplicar o valor
Para garantir disciplina, siga algumas dicas práticas antes mesmo de receber o décimo terceiro:
- Defina um percentual fixo (por exemplo, 30% a 50%) para transferir automaticamente.
- Agende a transferência logo após o crédito do benefício na conta.
- Destine a poupança a objetivos específicos, como reserva de emergência ou viagens.
- Evite manter o valor extra na conta corrente, reduzindo a tentação de gastar impulsivamente.
Essas ações simples ajudam a transformar o décimo terceiro em um pilar sólido para suas finanças.
Aspectos tributários na declaração
Apesar de os rendimentos da poupança serem isentos de IR, o saldo depositado deve constar na ficha “Bens e Direitos” do Imposto de Renda. Informe banco, agência, número da conta e o valor em 31 de dezembro.
Os juros creditados na poupança devem ser lançados em “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”. Já o décimo terceiro é declarado em “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva”. Cumprir esses passos evita problemas com a Receita Federal.
Dicas finais e próximos passos
Transformar parte do décimo terceiro em poupança é apenas o começo de um ciclo virtuoso de investimentos e planejamento. Para potencializar seus recursos, considere estudar opções de baixo risco, como Tesouro Direto ou CDBs de bancos médios.
Manter a disciplina ao longo do ano, não apenas em dezembro, garante que você construa gradualmente uma reserva capaz de cobrir entre três e seis meses de despesas mensais. Esse montante oferece tranquilidade e independência financeira.
Por fim, invista continuamente em educação financeira. Leia livros, participe de cursos e acompanhe especialistas para aprimorar suas estratégias. Assim, o décimo terceiro deixará de ser um recurso sazonal e se tornará alicerce de um futuro financeiro equilibrado e próspero.
