Prefira quitar dívidas de maior impacto psicológico primeiro

O endividamento é uma realidade complexa que vai além dos números: há um impacto profundo na saúde mental e no bem-estar das pessoas. Para muitos brasileiros, dívidas se traduzem em noites sem sono, ansiedade constante e sentimentos de vergonha e culpa. Neste artigo, apresentamos dados, análises e estratégias para ajudar você a enfrentar primeiro as obrigações que mais afetam a sua vida emocional.
O panorama do endividamento no Brasil
Em 2023, mais de 65 milhões de brasileiros estavam endividados segundo a Serasa Experian. Além do peso financeiro, há um custo emocional significativo associado a esta situação.
Pesquisas revelam que 83% dos devedores sofrem de insônia, 64% já enfrentaram crises de ansiedade e 90% sentem vergonha de ter contas em atraso. Esses sintomas não afetam apenas o sono ou o humor: comprometem a eficiência no trabalho e as relações pessoais.
Por que algumas dívidas geram maior sofrimento?
Nem toda dívida causa o mesmo nível de angústia. O peso psicológico de uma dívida varia de acordo com fatores como valor, urgência e as possíveis consequências sociais.
Dívidas ligadas a serviços essenciais—como luz, água e aluguel—geram estresse intenso pela ameaça de cortes que afetam o dia a dia. Já os débitos com familiares e amigos carregam um estigma de culpa e vergonha, pois podem abalar a confiança em relacionamentos fundamentais.
Estratégias práticas para priorizar as dívidas
- Levantar e classificar dívidas não só pelo valor, mas pelo grau de sofrimento que causam.
- Negociar primeiro as dívidas com maior carga emocional, como aluguel atrasado ou contas de serviços essenciais.
- Combinar apoio psicológico com educação financeira para restaurar a sensação de controle sobre a vida.
- Cogitar terapia cognitivo-comportamental para lidar com impulsividade e pensamentos repetitivos.
- Evitar a procrastinação, estabelecendo prazos reais e metas intermediárias.
Ao focar nas dívidas que mais prejudicam a saúde mental, você cria um ciclo virtuoso: manter a motivação para resolver outros débitos torna-se mais fácil quando o nível de ansiedade diminui.
Combinação de suporte emocional e financeiro
Para enfrentar dívidas de alto impacto psicológico, é fundamental unir soluções práticas e emocionais. A orientação de um psicólogo ou terapeuta pode ajudar a lidar com sentimentos de culpa e vergonha, enquanto um planejamento financeiro bem estruturado oferece direção e clareza.
Profissionais como a psicóloga Denise Valle Machado e o psiquiatra Nicolas de Oliveira Cardoso recomendam abordar conjuntamente o aspecto emocional e financeiro dos débitos para evitar que o estresse crônico desencadeie problemas físicos, como hipertensão e diabetes.
Conclusão: retomando o controle emocional e financeiro
O caminho para a liberdade financeira passa também pela saúde mental. Reestabelecer a autoestima e segurança ao pagar primeiro as dívidas que mais afetam seu equilíbrio é uma poderosa estratégia para retomar o controle da vida.
Comece agora: faça o levantamento dos seus débitos, classifique-os pelo nível de sofrimento, negocie as prioridades e busque apoio sempre que necessário. Ao olhar para as dívidas de maneira estratégica e compassiva, você constrói bases sólidas para um futuro mais tranquilo e pleno.