Não faça novos empréstimos antes de finalizar o ciclo atual

Não faça novos empréstimos antes de finalizar o ciclo atual

Em um cenário econômico volátil, muitos consumidores ainda desconhecem os riscos de contrair novas dívidas sem ter encerrado os compromissos anteriores. Este artigo oferece uma visão aprofundada sobre os ciclos de crédito e as consequências de assumir múltiplos empréstimos simultâneos.

Com dados recentes do Banco Central e análises de especialistas, vamos apresentar orientações práticas para evitar a armadilha do endividamento excessivo.

O que é o ciclo de crédito

O ciclo de crédito é o processo de expansão e contração da oferta de empréstimos na economia. Em momentos de juros baixos, as instituições financeiras estimulam o consumo e liberam linhas de crédito com maior facilidade. Já na alta da Selic, observa-se o efeito inverso: restrição e elevação das taxas.

Esse movimento impacta diretamente a capacidade de tomada de empréstimos pelas famílias, determinando se o crédito será saudável e sustentável ou se gerará uma espiral perversa de endividamento.

Como funcionam os ciclos de crédito e juros

O principal instrumento de política monetária é a taxa Selic, definida pelo Banco Central. Ela influencia o custo de captação dos bancos e fintechs e, consequentemente, as taxas de juros cobradas dos clientes.

  • Quando a Selic sobe, o custo de captação aumenta;
  • As instituições repassam rapidamente esse custo aos tomadores;
  • Linhas de crédito de maior risco, como não consignado, encarecem ainda mais;
  • Ofertas vantajosas tornam-se escassas, limitando novas contratações.

Em setembro de 2024, o início do ciclo de aperto monetário provocou um ajuste imediato nas taxas de empréstimos, mas não inibiu totalmente o apetite por crédito, sobretudo entre tomadores de menor renda.

Por que não é recomendável tomar novo empréstimo antes de quitar o anterior

Assumir outro empréstimo antes de finalizar o ciclo atual eleva o comprometimento excessivo da renda. Cada nova prestação reduz a margem disponível para despesas essenciais, aumentando a probabilidade de atraso e inadimplência.

Se o cenário macroeconômico piorar — com desemprego ou inflação — o risco de calote cresce substancialmente. Em resposta, os bancos elevam ainda mais os juros, criando um efeito bola de neve que penaliza tanto bons quanto maus pagadores.

Consequências macro e microeconômicas do excesso de dívidas

No nível familiar, o endividamento excessivo compromete a estabilidade financeira e reduz a capacidade de poupança. Nacionalmente, a alta taxa de inadimplência pressiona o sistema bancário, encarece o crédito e freia o crescimento econômico.

Os dados mostram que, mesmo com juros elevados, o crédito de risco manteve crescimento, refletindo a busca por liquidez imediata por famílias de menor renda.

Orientações práticas

Para evitar o ciclo vicioso de dívidas, siga estas recomendações:

  • Revise seu orçamento mensal e identifique despesas supérfluas;
  • Priorize o pagamento de empréstimos com juros mais altos;
  • Negocie prazos e taxas com o credor antes de contratar novo crédito;
  • Crie uma reserva de emergência equivalente a pelo menos três meses de despesas.

Complementarmente, adote boas práticas de educação financeira:

  • Registre todas as receitas e despesas em planilhas;
  • Use ferramentas de controle financeiro digital;< /li>
  • Procure orientação de profissionais antes de comprometer sua renda;
  • Evite empréstimos para financiar consumo supérfluo.

Estudo de caso e estatísticas recentes

Em pesquisas realizadas entre 2024 e 2025, o índice de inadimplência subiu 2,3 pontos percentuais, refletindo a dificuldade dos tomadores em honrar compromissos simultâneos. As fintechs, em particular, registraram aumento de 18% no volume de contratos de risco, mesmo após o início do aperto monetário.

Esses números reforçam a importância de um planejamento financeiro criterioso, evitando a aprovação automática de crédito como se fosse solução imediata para desequilíbrios orçamentários.

Encerramento

Ao compreender o funcionamento dos ciclos de crédito e juros, é possível tomar decisões financeiras mais assertivas e prevenir o endividamento descontrolado. Finalizar dívidas antes de buscar novas linhas de crédito protege sua saúde financeira e mantém o acesso a condições mais favoráveis no futuro.

Planeje, negocie e priorize a quitação completa de um ciclo antes de iniciar outro. Sua tranquilidade e estabilidade econômica agradecem.

Yago Dias

Yago Dias

Yago Dias, aos 23 anos, se destaca no site cjuvhl.com ao abordar finanças de forma inovadora e conectada às necessidades reais das pessoas. Seu objetivo é ajudar os leitores a transformar o dinheiro em um aliado para conquistar seus sonhos, com estratégias práticas que priorizam a simplicidade e a eficácia.