Gerencie gastos com transporte e abastecimento

Uma abordagem estratégica na gestão de custos de transporte e abastecimento pode transformar a rentabilidade do seu negócio, especialmente no cenário logístico brasileiro.
Por que gerenciar custos é essencial
O transporte rodoviário é a espinha dorsal da logística no Brasil, movimentando até transporte rodoviário é dominante no Brasil cerca de 75% de toda a carga nacional. Nesse contexto, cada centavo gasto em combustível ou manutenção impacta diretamente no resultado final.
Estudos apontam que os gastos com transporte representam aproximadamente 40% dos custos logísticos de uma empresa, com destaque para o combustível, que costuma ser o maior vilão desse orçamento. Diante desse cenário, é fundamental adotar práticas que promovam visibilidade, controle e redução dessas despesas.
Componentes principais dos gastos
Para otimizar investimentos, é imprescindível compreender cada elemento que compõe o custo total de operação. De modo geral, eles se dividem em três categorias principais:
- custo médio de combustível por km: considerando um caminhão médio que roda 5 km/l com diesel a R$ 5,85, chega-se a um valor de R$ 0,85 por quilômetro.
- práticas de manutenção preventiva e eficiente: a oficina representa em média R$ 0,24 por km, mas ações proativas podem reduzir paradas não programadas e intempestivas.
- Despesas administrativas e taxa de depreciação dos veículos, que devem ser rateadas com rigor para refletir o custo real por km rodado.
Ao integrar esses componentes, chega-se a um valor aproximado de R$ 1,08 por quilômetro rodado, valor que deve ser monitorado com atenção para identificar variações inesperadas.
Métodos de controle e otimização
Contar com sistemas tecnológicos e processos bem definidos é o caminho para alcançar uma operação mais enxuta e segura. Entre as práticas recomendadas, destacam-se:
- importância da coleta e análise de dados: relatórios automatizados que registram data, hora, tipo e quantidade de combustível, quilometragem e motorista responsável trazem transparência ao uso de cada veículo.
- monitoramento de aceleradas, frenagens bruscas e paradas: a telemetria permite mapear comportamentos que geram desperdício, servindo de base para treinamentos e correções de rota.
- Planejamento e otimização de rotas, escolhendo postos com melhores preços e reduzindo deslocamentos desnecessários.
Além disso, a adoção de regras rígidas para avisos de abastecimento atípico ajuda a prevenir fraudes e desvios. Sistemas de conferência automática e alertas em tempo real são aliados poderosos nessa missão.
Indicadores e métricas-chave
Manter controle contínuo por meio de KPIs garante tomadas de decisão mais ágeis e seguras. Os principais indicadores incluem:
Monitorar esses indicadores com dashboards em tempo real torna possível comparar performances e antecipar decisões sobre manutenções, treinamentos e negociações com fornecedores.
Impacto econômico e estratégico
Uma gestão deficiente eleva custos, impacta a competitividade e reduz margens de lucro, sobretudo em períodos de alta do preço dos combustíveis ou de pressão do mercado de fretes. Por outro lado, processos bem alinhados e indicadores sob controle favorecem:
- Margens de lucro mais saudáveis, com estratégias para redução de desperdícios no consumo e gastos mais previsíveis.
- Visibilidade total dos custos, permitindo ajustes rápidos em resposta a flutuações de preços.
- Maior poder de negociação junto a fornecedores, graças ao histórico de consumo consolidado.
Ao integrar tecnologia, processos e cultura de melhoria contínua, a empresa ganha fôlego para investir em inovação e expandir sua atuação.
Boas práticas e recomendações
Para implantar um programa de gestão eficaz, recomendamos as seguintes ações:
- negociação de preços com fornecedores estratégicos: estabeleça contratos com bases de preços dinâmicos e descontos por volume.
- Treinamento contínuo de motoristas para condução econômica e segura.
- Implementação de manutenção preventiva programada, reduzindo paradas emergenciais.
- Adoção de sistemas de telemetria integrados ao ERP da empresa, promovendo visão unificada dos dados.
Essas práticas não apenas reduzem custos, mas também elevam os níveis de segurança e satisfação dos colaboradores envolvidos na operação.
Em suma, gerenciar gastos com transporte e abastecimento é uma estratégia multifacetada que exige atenção a indicadores, tecnologia e processos internos. Ao seguir as recomendações apresentadas, sua empresa estará pronta para enfrentar desafios de mercado, garantindo transporte mais eficiente e resultados mais sólidos.